sábado, 16 de fevereiro de 2013

Paixões

Apaixono-me sim. E com grande voracidade. Às vezes penso que não sei me apaixonar, mas, pensando bem, quem foi que ditou as regras da paixão? Apaixono-me por cheiros, por gostos e por cores. Apaixono-me ainda mais pelos sons. Apaixono-me pelas letras e por únicas e sublimes concatenações que gênios delas fazem.

Apaixono-me por pessoas também. Apaixono-me por gestos e palavras (principalmente pelas entonações com as quais elas são proferidas). Apaixono-me por ti, por ela, por ele. Apaixono-me também por nós, porque, tratando-se de pessoas, o todo é sempre maior que a soma das partes.

Mas o problema da paixão é a confusão que ela traz. Paixão que eu sinto, eu sinto igual. Se apaixono-me por ti, posso ter me apaixonado pela tua cor, pelo teu cheiro ou pelo teu timbre de voz. Posso ter me apaixonado pelo teu jeito meigo de ser ou (coisa mais engraçada) pela tua severidade. Posso ter me apaixonado pela tua entonação ou pelas coisas que tu escreves. Até mesmo por o que lês ou escutas. Por o que vês e sentes prazer.

Apaixono-me. E apaixono-me de verdade, mesmo sem saber o porquê ou sem ter um para quê. Desisti de procurar ou tentar explicar o motivo. Porque se existe a paixão ela é causa e ao mesmo tempo consequência. Ela é condenado e carrasco. Ela é mártir e opressor. Ela existe. E só.

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