terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Chama

tô indo ali
qualquer coisa me ama

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O fio da vida

Acaba sendo engraçado a forma com que as pessoas complicam suas vidas. Encontram-se emboladas num emaranhado aparentemente muito intrincado, mas que, com dois ou três puxões de fio são facilmente desfeitos. O que acontece é que justamente por estarem dentro deste ninho, não conseguem perceber a situação como um todo, e tampouco se esforçam para tal. Três puxões de fio e a vida retoma a linearidade gostosa e despreocupada da infância, que jamais deveria ter sido perdida.

Acaba sendo desesperadamente tentador querermos meter as mãos nos biofios alheios e desemaranharmo-lhes os problemas, tentação esta proveniente de um egoísmo mais que infantil, um egoísmo quase instintivo. Queremos nos tornar herois de nosso mundo, sem perceber que herois não têm lugar nem serventia em um mundo são. Queremos nos mostrar os alfas, conquanto alfas não possam existir numa real comunidade. Assim, em vez de criarmos um ambiente ao nosso redor em que - justamente por uma respeitosa omissão - ajudamos as pessoas a se tornarem seus próprios herois (destituindo, assim, qualquer um de tamanha importância), os alimentamos os demônios e soltamos os leões, para que os exorcisemos e para que coloquemos mais uma vez as feras em suas jaulas.

Dessa forma acreditamos em nossa própria importância ante nossos semelhantes. Mas que não nos enganemos: estamos sempre reinventando a roda ao resolver problemas que ajudamos a criar. Podemos enganar aos menos atentos; àqueles que não enxergam de fora do emaranhado. Mas a insatisfação sempre morará em nossos corações enquanto exista sempre alguém que nunca poderemos enganar completamente: a nós mesmos.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Invulnerável

Saudades de que me virem a cabeça
Que me façam mudar de ideia
Que tirem a poeira e que pereça
O antigo que levo na boleia

Saudades de que me abra a ferida
Que em vez de rosa, seja espinho
Que me rasgue o peito e deixe caída
A alma que levo em meu caminho

Saudades de que me incomodem meu sono
E que me aborreçam o ego
Que me descubram como funciono
E que arranquem do quilhão o prego

Saudades de que me batam pra valer
De alguém que me desate o linho
Porque aqueles que me tentam bater
Só conseguem me fazer carinho!

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Semente de amor

Tenho um amor encubado, um amor-semente há mais de década esperando para brotar. Mas... Lá sei eu cuidar de amor?! Amor dá bicho, pega fungo e pode fácil, fácil morrer de doença. Morre de frio, de excesso ou de falta d'água. Quando novo é uma gracinha! Mas é mais difícil de cuidar. Quando vai envelhecendo fica mais independente, mas nisso ora ou outra vai-se embora também. Eu já perdi um tanto e já deixei tantos outros morrerem. Acho que vou deixar esse em semente, mesmo. Dar fruto não vai, mas aí faço colar e penduro do lado do coração.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Rastejando

O veneno da cobra
Do escritor, a obra
O mote:
Do poeta, o bote!