Eu não ligo se é presidente ou presidenta. Se o reitor é magnânimo, ou se o juiz é excelente. Se o deputado é ilustríssimo. Também não estou muito preocupado se incomodo-me ou me incomodo. O que incomoda de verdade é o fato de muitas pessoas não preocuparem-se com o que é realmente importante em cada situação. Presidente ou presidenta, fomos nós que colocamos lá. O que importa é que saibamos cada vez melhor escolher quem ocupa o cargo; seja terminando com e ou com a.
Tratamento é tratamento. O que importa é o que está sendo tratado. Se vamos deixar as universidades serem estupradas por uma política irresponsável de expansão em que quantidade é incontáveis vezes mais importante que qualidade ao invés de crescermos e expandirmos de maneira responsável e não sobrecarregando ainda mais o profissional professor que já anda cantando mais que carro-de-boi. É isso o que importa. Não se o reitor é magnânimo, ilustre ou o que seja.
Língua e escrita são formas de comunicação. Não adianta nada nós exacerbamos nosso rebuscado maquinário linguístico sem pensarmos com afinco sobre aquilo o que estamos escrevendo ou difundindo em redes sociais. Tem muita gente aí brigando para que tiremos os tremas do u, mas continuam com vendas no olhos, tampões nos ouvidos e freios no cérebro. Gente que vê preconceito em todas as frases sem pensar que a aceitação das diferenças é o caminho da equidade. Gente que pensa que toda essa cultura do preconceito acabará se jogarmos as diferenças para debaixo do tapete, proibindo verbetes e demonizando discursos claros e inocentes. Gente que não muda de opinião, que pensa que discussão é futebol. Que não enxerga que em uma discussão honesta todos ganham. Gente que não abre a mente.
Preocupemo-nos com o importante, senhores, com o âmago, com o cerne! Quem pensa em detalhes demais esquece do conteúdo. E o que fazemos dessa maneira é comer latas de merda somente porque têm embalagens bonitas...
segunda-feira, 29 de julho de 2013
domingo, 21 de julho de 2013
Olhares
São os olhos as pequenas frestas pelas quais vejo teu coração. Um coração livre, pulsante, alegre, sincero e libidinoso. Cada rápido cruzar de olhares é uma aula, uma lição, uma palestra, um seminário. Nesses centésimos de segundo aprendo muito sobre o teu ser: teus anseios, teus medos, teus princípios, teus amores, teus rancores. Os mais variados questionamentos assaltam-me a mente e o peito. As pernas não respondem. Um misto de frio e vazio chegam à barriga e expandem seus domínios. É muita informação para meu corpo suportar. Há muito o que se processar. Há muito o que dizer. É como se toda a verdade do mundo estivesse ali na minha frente e eu tivesse somente esses centésimos de segundo para absorver. Daí vem todo esse desespero. Daí vem todo esse curto-circuito de sensações que ao mesmo tempo doem e dão prazer. Será que também te sentes assim? Isso é coisa que teu coração não me diz. Isso é coisa importante que eu busco sempre em meio a esse turbilhão de sentidos. Acontece que quando estou quase lá, quando estou quase a ponto de desvendar esse mistério nossos olhares se descruzam. Terminou a aula, acabou o seminário. As pernas respondem e a barriga se enche e se aquece novamente. Está fechado o livro da verdade. O jeito é esperar pela próxima aula. Que não tem hora nem data marcada, mas que sempre anseio por acontecer.
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