quero contar-te um segredo
vem cá, não tenhas medo
daqueles de banho gelado no inverno
vou te ensinar, serei paterno
para que andes também no inferno
sem jamais te titubear
eu quero ver-te bailar ao ar
em dia claro e sem o nevar
de uma vida reprimida e só
eu quero que espalhes dos móveis o pó
que tires de vez da garganta o nó
e olhes somente para ti e teu futuro
saibas que não é assim tão duro
é meio como caminhar no escuro:
de tanto breu a vista acostuma
é como luz baixa em meio à bruma
não há felicidade que não se assuma
e que, assumida, não te mostres o trilhar!