quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Criação

Minha mente agora é ovário. Meus neurônios são óvulos que pelo orgasmo do mundo são fecundados. Minha cabeça é útero, que gerando essas ideias embrionárias já se sente mãe mesmo antes de devolver ao pai universo o resultado da libidinosa inspiração que tornou sexo todos os meus sentidos. A felação é meu paladar. Em meu tato Onan se manifesta. O voyeurismo é minha visão. Audição para gemidos e olfato para feromônios. E desta cópula transcendental acabo por parir em forma de arte. Vai agora, minha ideia-criança! Volta ao mundo que me fecundou! Cresce, aprimora-te! Que independente a partir de agora és em tua audácia e delicadeza!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Esses

Será que seria sério
Sentir somente sintaxe?
Será que seria sagaz
Solapar da semântica os sentimentos?
Será que sorri sem saber
O ser que só segue a saudade?
Ou sem se sondar se sacia
De subsequentes sonetos sem sanidade?
Sabedoria é saber saber.
É saber sem sequer se soltar do
Simples, do
Santo, do
Sano.