sábado, 5 de abril de 2014

Bate-bola

Um olhar atravessado. Um semblante carrancudo. Sem motivo. Minto, tem motivo. Motivo sem mote, mas tem. Um gol a mais, um ponto a menos. Camisas distintas. Há algo errado. É tudo triste. Um campeonato. Uma vida?! É tudo errado. Há algo triste. Bola em campo, vida em jogo. Pudor. Cadê? Humanidade? Sei lá. Amores em cores, cores por rancores. Sangues azuis e brancos. Sangues alvinegros. E eu que julgava respirarmos todos pelo vermelho. E o verde? O verde sempre domina. O verde sempre comanda. O verde compra, o verde vende, o verde apita. O verde rege essa peça neo-clássica que nada ilumina. E no surrealismo dessa neo-realidade perecemos. Torcemos, matamos, morremos. E nela, mesmo antes de morrer, de morte já vivemos.

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