Ninguém nasce forte. É necessário ter sido fraco para ser forte um dia.
Ninguém nasce sábio. É necessário ter sido tolo para ser sábio um dia.
Ninguém nasce bom. É necessário machucar pessoas para ser bom um dia.
Envelhecer para mim não pode ser algo menor que uma virtude. Envelhecer é uma arte. Envelhecer torna-nos arte. Muitos abominam o envelhecimento. Sinceramente eu não os compreendo. Na verdade os compreendo um pouco: são pessoas que não gostam de arte. Só que eu também não compreendo os que não gostam de arte. Só mudamos o foco; a questão continua em aberto.
Eu sempre gosto das melhores partes (e quem não?). E as melhores partes estão quase sempre próximas do fim. Abominar o envelhecimento é abominar o último gole da coca-cola, o último pedaço de bolo ou a última tragada do cigarro. É não chorar com a partida do Pequeno Príncipe, é não revoltar-se com a indistinguibilidade de porcos e homens na Revolução dos Bichos ou com as difíceis Vidas Secas. É não chorar com os beijos do Cinema Paradiso, não sorrir com a volta d'O Palhaço ou não revoltar-se com o fim do criador d'A Corrente do Bem.
E o mais belo de envelhecer é que é a única coisa que continuamos fazendo até o último segundo de nossas vidas:
Nunca seremos tão fortes que não possamos nos tornar mais fortes.
Nunca seremos tão sábios que não possamos nos tornar mais sábios.
Nunca seremos tão bons que não possamos nos tornar melhores.
Envelhecer: a arte das artes.
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