quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Fogo

Eram duas chamas separadas
Por campânulas de um vítreo destino
Queimavam sozinhas,
envoltas de escuridão.
Mas chegou-se o dia em que
a necessidade do calor fez-se maior
O medo do escuro e seus assombrações
Fez-se maior.
Quebraram-se os vidros,
enrolaram-se os pavios,
regadas de mesmo fluido
e alimentadas de mesmo oxigênio.
Moldavam como sua casa
a mesma escultura de cera.
Brilharam com nunca.
Calor que jamais se sentira.
Arderam entre si
Como jamais nenhuma delas ardera.

E até que se haja pavio, fluido e oxigênio,
Assim hão sempre de ser:
Eternas enquanto durem.

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