terça-feira, 12 de agosto de 2014

Devaneio

Chega de verso rimado
Se o compasso do peito
Métrica nenhuma segue!

Preferível o inferno de minhas sete vidas
À pureza desse amor
Que minhas profanas e imundas mãos
Se recusam a macular

Explodam-se as redondilhas!
Hei de romper com essa métrica
Onde a confusão do meu coração
Jamais se encaixará.

Danem-se as trovas
Delírios hipócritas
Que condenados do coração
Insistem em cantar!

Antes a ânsia do desejo
Da luxúria descabida, o ensejo
De noites nefastas em casas estranhas
À cegueira desse brilho absurdo
Que, controverso, vem de seus olhos escuros
Ao olhar sorrindo para os meus.

E então que nesta cegueira
Tu me concedes a eira e a beira
E me tirando deste devaneio
Sendo teu braço forte o esteio

Novamente me volto a rimar


Nenhum comentário:

Postar um comentário