quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A luz perdeu a corrida?!

Bom, mais uma vez eu "chego atrasado" por aqui para falar de assuntos polêmicos. Na verdade isso é proposital: gosto mais de discorrer sobre as reações do pessoal ao fato do que sobre o próprio fato em si.

Cientistas do CERN, baseados em experimentos realizados no LHC (o maior acelerador de partículas já construído), afirmaram medir velocidades de neutrinos maiores que a velocidade da luz. Einstein postulou em 1905 no Princípio da Relatividade, que nenhum corpo massivo poderia chegar a se locomover com velocidade igual a da luz. Muito menos com velocidade maior. Se os cientistas estiverem corretos os fótons deixaram de ser o "Airton Senna do Brasil".

Esses experimentos causaram um certo auê na comunidade científica, principalmente na área da Física, obviamente. Muitos outros cientistas não acreditam nos resultados, que foram medidos mais de 16 mil vezes. Isso retoma uma questão que sempre entrou em jogo, desde as épocas mais antigas, nas vésperas de quebras de paradigmas vigentes: se as "crenças" dos cientistas influenciam ou não no andar da ciência. Isso já foi muito bem discutido, mas ainda há vertentes de pensamento que não chegam a um denominador comum. Paciência. Ainda assim penso que esquentar tal discussão sempre é de grande valia.

Outro ponto que me deixou curioso foi o verdadeiro "terror" de certos cientistas quanto aos resultados. Em primeiro lugar, tal tipo de situação deveria excitar ainda mais a nós cientistas: tem muito mais trabalho a ser feito do que imaginávamos! Isso é bom! Não tão logo estaremos desempregados. Haverá maiores investimentos da iniciativa privada nessa área por ser um assunto polêmico e por estar na mídia. Temos coisas novas a descobrir! Temos uma Física nova a nascer! Não consigo conceber tal "terror". Em segundo, tudo que já foi criado baseado na Teoria da Relatividade não deixará de funcionar só porque a velocidade da luz (supostamente) não é mais o limite de velocidade para os corpos. Os GPSs não deixarão de funcionar por isso. Os fótons não entrarão em greve! Nem a Astrofísica deixará de usar o Efeito Doppler para medidas de velocidade de galáxias. Muito pelo contrário! Uma reviravolta nos paradigmas pode aumentar ainda mais a qualidade e a precisão nesses quesitos. Sem contar novos equipamentos que daí podem surgir.

Não tomemos esse fato com tanto espanto. Mesmo porque até Airton Senna já morreu e o Sebastian Vettel está na área. Assim como os neutrinos...

3 comentários:

  1. Boas tarde Jader, pelos escritos percebe-se tratar-se de quem tem intimidade com a física. Interessante, não sendo mais a luz velocidade máxima, não causa-me espanto, por entender estarmos no início de novas descobertas, faz parte da evolução esperada. Vejo como exemplo a existência da pirâmide do Egito. Não teria no passa próximo, existido engenharia mais aperfeiçoada. Parabens pelos seus escritos.

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  2. Muitíssino obrigado, Reinaldo! É como eu sempre digo: não é que a evolução virá; ela está sempre vindo! Tenho certa intimidade com a Física sim, sendo que termino meu mestrado (em Física) no início do ano que vem. Mas isso ainda é muito pouco perto de tantas referências existentes!

    Entretanto, como disse no texto, é um pouco cedo para tomarmos como certeza a queda absoluta da velodidade da luz como limite para os corpos massivos ou radiações. Ainda há que se fazer mais experimentos. O importante é não desacreditar dessa hipótese de antemão!

    Obrigado por comparecer! E volte sempre! Abraços!

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  3. Boa tarde Jader, voltei novamente para ver seus escritos, estou agradecido com a sua polidez em agradecer minhas considerações em seu espaço.
    Desta vez aproveito, perguntando sobre a flauta, tem executado o instrumento? Qual o seu estilo? Abraço.

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